“Não quero nada”, “não tenho nada”, “não gosto de nada”. Todas essas sentenças estão perfeitamente corretas, não é? Em português, a dupla negativa não é uma estrutura incorreta — sendo, inclusive, bastante comum em nosso cotidiano.
Já na língua inglesa, a história é bem diferente. Quer saber como? Continue a leitura e aprenda essa estrutura de uma vez por todas!
Uma lição da matemática
Lembra das aulas de matemática em que você aprendeu que “menos com menos é igual a mais”? Pois a gramática inglesa segue a mesma ideia: uma frase com dupla negação passa um sentido positivo.
Assim, se você quer declarar que não gosta de ninguém, deve dizer “I like nobody” ou “I don’t like anybody” — e não “I don’t like nobody”.
Da mesma forma, o correto é “I know nothing” ou “I don’t know anything” — e não “I don’t know nothing”.
Você não tem nada a declarar? Então, diga “I have nothing to say” ou “I don’t have anything to say”. Se você falar “I don’t have nothing to say”, estará dizendo justamente o contrário do que quer expressar.
O uso cotidiano
A estrutura da dupla negativa em inglês é formalmente incorreta, ou seja, deve ser evitada sem exceções na hora de escrever textos, artigos, cartas formais, entrevistas de emprego etc. Já no inglês cotidiano, há uma flexibilidade maior.
Pink Floyd declama que “We don’t need no education”, enquanto os Rolling Stones anunciam que “I can’t get no satisfaction”. O sentido é claro: as bandas não estão usando a dupla negativa para criar sentido positivo e, portanto, as letras estão gramaticamente incorretas. Mas todo mundo entende o que as canções querem dizer.
E isso também acontece no dia a dia, em que é comum ouvir falantes nativos dizendo: “I don’t have no money”, “I don’t want nothing” ou “I didn’t do nothing”.
Ou seja, é importante conhecer a regra quanto ao uso da dupla negativa e evitar fortemente utilizar essa estrutura em situações formais. Entretanto, mesmo que você prefira não usar a dupla negação em conversas informais, é importante saber que você ouvirá muitos nativos dizendo coisas como “I don’t like no fruits”!
E isso não é nenhuma novidade: a dupla negativa é usada em contextos informais desde os tempos de Shakespeare — e, inclusive, pelo próprio Shakespeare! Isso mesmo, o bardo inglês, principal autor do idioma, usava com frequência a estrutura da dupla — e, até mesmo, da tripla — negação!
As diferenças quanto ao português
Para não sobrar dúvidas quanto ao uso da dupla negativa na língua inglesa, vamos recapitular o que foi visto até agora!
A regra é, tecnicamente, bastante simples: o “não” deve aparecer apenas uma vez na frase. Assim, se você quer falar que não gosta de nenhum tipo de fruta, deve dizer “I like no fruits” ou “I don’t like any fruits”. Se você falar “I don’t like no fruits” estará usando uma dupla negação — que acaba tendo um efeito positivo, contrário ao que você quer passar.
Entretanto, o que complica o aprendizado da regra é o fato de ela ser tão diferente do que conhecemos como falantes nativos do português. Aqui, declarar que “não gosto de ninguém” é perfeitamente correto, enquanto “eu gosto de ninguém” é errado — e soa estranho. Já no inglês, a situação é inversa: o correto é “I like nobody”, enquanto “I don’t like nobody” é uma frase incorreta por usar a dupla negação.
Mas lembre-se: a regra é seguida rigidamente em ambientes e situações formais — por outro lado, é perfeitamente comum e aceitável que a dupla negativa seja usada em contextos informais, como mensagens de texto e conversas entre amigos.
E então, conseguiu compreender a regra quanto ao uso da dupla negativa na língua inglesa? Tem outras dúvidas sobre o assunto? Conhece outras músicas que adotam a estrutura? Deixe seu comentário e entre para a conversa!
Uma resposta
Muito Bom! Esta dúvida é constante e confunde os alunos. Grata